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O sapo na panela

Palestra do dia 27/06/2011

Boa noite,

     Um escritor suíço chamado Oliver Clark, conta uma história, uma fábula, da rã colocada em uma panela de água fria. E essa fábula conta que a rã colocada nesta panela se sente muito confortável com a água fria e tranqüila. De repente um homem acende o fogo e a água começa a esquentar, só que a água começa esquentando muito de vagar, muito  devagarzinho, a água começa a atingir uma temperatura morna e esta rã começa a se sentir mais confortável, começa a se sentir em uma situação mais agradável. O tempo vai passando e a água esquentando e a rã começa a ficar cozida. Mais um pouquinho a água está fervendo e a rã não tem mais força para sair da panela e acaba morrendo. Se ele tivesse pegado a rã e jogado na água fervendo, provavelmente ela se debateria e pularia para fora da panela. Como ela estava na panela, desde que, a água estava fria, ela foi se acomodando, se acomodando e quando viu já era tarde de mais. Essa fábula, é lógico é um paralelo, é um espelho da nossa vida, daquilo que as coisas vão acontecendo paulatinamente e agente vai se acomodando. 
    Na nossa casa, por exemplo, uma parede começa a descascar,  um móvel com uma porta que não abre direito, uma gaveta emperrada, um eletro doméstico que só funciona com um tapinha, o outro eletrodoméstico só funciona mexendo na tomada, e agente vai se acomodando com tudo isso. E quando percebe, estamos em uma situação e vivendo em um ambiente que não mais nos agrada. E se agente fosse jogado neste ambiente? Falassem, olha você vai morar aqui, você olha e fala não, está tudo horrível aqui! Às vezes agente mora em um ambiente assim e nem percebe, porque a água foi esquentando devagarzinho, porque as coisas foram acontecendo devagarzinho. E é assim na vida também, se você pegar algumas pessoas que viveram na década de 40 ou 50, como explicar, de uma hora pra outra, a passeata que teve ontem na Paulista? Ia ser difícil.
     Não é o paradigma deles, não aquilo que eles estão acostumados a ver e a viver, mais devagarzinho a água foi esquentando e as coisas foram se transformando. É assim também na nossa casa mental, no nosso interior, no nosso íntimo. Começamos a deixar as paredes do nosso íntimo a descascarem, começamos a deixar as coisas estragarem e encrencarem dentro de nós, quando tolera aquilo que antes não tolerava, quando permite aquilo que antes não permitiríamos, deixamos certas agressões invadirem o nosso íntimo, fazerem parte do nosso cotidiano, fazerem parte de nossa vida, coisa que não deixávamos acontecer no passado. Vamos devagarzinho mudando, transformando a nossa vida e temos que entender que certas coisas não podem mudar. Se você tem cinco anos de idade, ou cinquenta, o respeito que você tem que ter, por exemplo, pelos seus pais não muda, você pode mudar a forma de agir, com certeza, você pode até tomar decisões por eles, caso não tenham mais capacidade para isso, você pode abraçar, absorver as responsabilidades que eles têm, mais o que não pode é mudar o conceito moral, é mudar o padrão que existia e que deve existe sempre em relação às outras pessoas, em relação as nossas coisas, em relação ao nosso íntimo. Como que as doenças muitas vezes se transformam em grandes problemas em nosso organismo? Agente vai deixando as coisas acontecerem e não entende que às vezes somos obrigados a reagir, às vezes dizer não, reformar, tanto o nosso interior, quanto o nosso exterior. Porque morar mal, por exemplo, ninguém quer. Agora permitir que as coisas piorem, acabamos permitindo, como? 
     Volto a falar, como a água esquentando. Então temos que prestar atenção nestes valores, temos que prestar atenção nas coisas que realmente importam na nossa vida. O mundo está mudando? Sem dúvida. Aquilo que não entendíamos e não aceitávamos no passado, muitas vezes fazem parte do nosso dia a dia. O mundo está se transformando em todos os sentidos, no tecnológico, nas relações pessoais, em todas as partes, mais o que não se percebe às vezes, é que nossa qualidade de vida que acreditamos que está melhorando, à vezes está piorando. Por que agente muda? Perdemos a capacidade, muitas vezes, de fazer uma nova amizade, mais conseguimos passar mil e-mails para mil pessoas que nunca vimos na vida. Por quê? Por que as coisas ficaram interpessoais, as coisas ficaram muito mais distantes embora as comunicações liguem muito mais as pessoas. Nós não podemos deixar de entender que os sentimentos e principalmente aquilo que nós carregamos dentro de nós, faz toda a diferença. O amor cura, e o ódio traz a doença. Não tem jeito, o perdão cura, o desejo de vingança machuca. Todos esses sentimentos que fazem com que nos desequilibremos, bagunça devagarzinho a nossa casa interna, arranha as paredes do nosso coração, deixa em nós um estado de ânimo, com um sentimento que, muitas vezes, nos desequilibra, faz com que agente tome outras atitudes piores, basta ver quem assume o volante de um automóvel nervoso, acaba fazendo às vezes mais besteiras do que o problema inicial que ele carrega. Então é muito importante termos ciência, nos conscientizarmos de que, se a água está fervendo, é melhor pular logo para fora dela. 
Eu trouxe um pequeno texto, que reflete muito bem o que falamos hoje:

“Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho.
Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas". Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem!
Por isso, valorize a família e as pessoas que estão ao seu lado sempre.”

     Essa não é uma comunicação, este texto é de um escritor chamado George Carlin, já falecido, que mostra bem o tipo de vida que vivemos. Deixamos à água esquentar e não percebemos que o ser humano continua precisando de um beijo, um abraço, uma atenção. Todos vocês já devem ter tido a oportunidade de contar alguma coisa importante para alguém, e esse alguém simplesmente muda o assunto, não te escuta. É importante nós aprendermos a nos calarmos em muitos momentos, e entender que os outros precisam falar,  que precisam soltar um pouquinho da água quente para não morrerem cozidos, por que a vida, às vezes, pressiona demais as pessoas, ela deixa as pessoas em situações muito difíceis. E o que as pessoas precisam é simplesmente desabafar, desafogar as mágoas, soltar toda aquela carga, por um instante, que ela está carregando para depois retomar a vida. 
     Cada um sabe da sua vida, da sua vida profissional, da sua vida pessoal, se vai casar, se não vai, se vai ter filhos ou não, se vai largar o emprego, cada um sabe o que quer e o que deseja a si mesmo. Mais o mais importante é encontrar amigos, é encontrar pessoas com que ele possa dividir as coisas, criar esses relacionamentos, é deixar as pessoas fazerem parte de nossas vidas, e que também façamos parte da vida das pessoas. Se não ficamos sozinhos na panela e a água ferve!

Ricardo K.
                                                                                       

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