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Mássimo

Este é o relato de um espírito mentor, companheiro, amigo e que se comunica há muitos anos em nossa casa.


Corria o ano 60 de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivia eu como escravo e gladiador, sob um paradigma em que Nero era o deus vivo e único na Terra, aonde não conheciam mais nada além do Império Romano e suas conquistas.
     Embora recluso tivesse uma vida privilegiada. Mulheres, festas, orgias e todas as regalias inimagináveis aos cidadãos comuns daquela época. Minha única missão era distrair o imperador na arena, teatro sangrento e bizarro feito para diversão e vingança de nosso imperador.
     Notícias vinham do leste, das fronteiras do império, em que um pescador, um carpinteiro já morto ainda ousava desafiar o império através de seus seguidores, com palavras subversivas e a promessa de um reino fora da Terra. Era motivo de zombaria, principalmente os seus métodos estranhos. Como pode um homem dar a outra face ao ser agredido? Como pode um homem perdoar um ofensa? Como pode um homem não manejar uma arma? Como pode um homem falar de amor quando esperamos uma reação a altura de qualquer ofensa? Como pode um homem caminhar sem honra, com humildade e simplicidade e ainda anunciar um Deus misericordioso e bom? Questionávamos, eu e meus companheiros de arena. Será que a covardia chegou a tanto.
     Cristãos? O que era isso? Uma seita? Loucos, capazes de morrer sem reagir. Nero também não entendia. Como aqueles que seguiam o carpinteiro pregado ao madeiro negavam Nero como deus único, para seguirem um Deus invisível, que nada fazia enquanto eles eram devorados, queimados e trucidados na arena e ainda assim alguns cantavam hinos que não entendíamos.
     Na mesma arena eu era invencível, dominava as batalhas para orgulho e satisfação de Nero. Gladiadores de todas as partes vinham para Roma me desafiar, Nero divertia-se apostando a minha vida contra outros homens, escravos como eu, e eu sempre vencia e esperava o seu tradicional gesto com o polegar para matar ou não o meu oponente. E ao contrário do que muitos pensam o polegar para cima era a morte, o desejo sanguinolento da turba de espectadores que queriam ver sangue escorrer,  e o polegar para baixo era para poupar a vida, deixar o infeliz caído na arena para sua própria vergonha.
     Tudo corria bem dentro do único mundo que eu conhecia, até que, o tempo, implacável e silencioso tempo, foi deteriorando os meus músculos, pesando nos meus ombros, e eu já não era mais o mesmo. E como sempre na vida, um dia você encontra alguém mais forte, mais rápido, mais jovem, e comigo não foi diferente. Em meio a uma batalha na arena, um golpe inesperado, imprevisível e rápido me derrubou. Por um instante eu vi a minha vida passar diante dos meus olhos, o rosto de todos aqueles que um dia eu derrotei se fizeram presentes, minhas pernas não responderam ao golpe e eu fiquei ali caído, como que esperando o fim já antes anunciado em minha alma. Ao olhar para Nero, a minha surpresa, e eu não sei se por caridade ou castigo, o dedo apontou para baixo, nem um morte digna eu tive, pelo contrário, ferido, recebi a minha alforria e fui libertado como um maltrapilho a vagar por Roma.
     Poucos dias se passaram e eu, em meu íntimo, já pedia para morrer. Pois como escravo era alimentado e cumpria ordens, como liberto não sabia o que fazer, às vezes recebia alimento nas ruas, as vezes não. Dormia ao relento e as feridas não cicatrizavam, estava vivendo o meu inferno na Terra.
     Não demorou muito.
     Numa noite, em que eu tentava dormir e sonhar com a morte senti mãos fortes me carregarem, não tinha forças para perguntar nem protestar, deixei-me levar, afinal tudo estava perdido. Após quase uma hora de caminhada sou levado para uma caverna onde dezenas de pessoas estavam ali reunidas. Em pouco tempo sinto que me colocaram em um leito pouco confortável, mas que acomodou meu corpo muito melhor do que as ruas em que eu estava dormindo. Percebo que minhas feridas estão sendo tratadas, meu corpo lavado e um prato de sopa me é oferecido. Ninguém me perguntou nada, não impuseram condições, não questionaram nada. Apenas cuidaram de mim como nunca haviam cuidado.
     Os dias passaram rápidos, e em pouco tempo eu estava curado.
     Aí a maior surpresa da minha vida, quando questionei quem eram aquelas pessoas e o porquê de me curarem, fui informado que eram cristãos, seguidores daquele que um dia eu zombei. Eu não podia acreditar, sabia que Nero os perseguia e que quando capturados a pena era a morte e mesmo assim eles se arriscavam em reuniões secretas e ainda auxiliavam aqueles que necessitavam. Comecei a observar e vi entre aqueles que ali estavam a verdadeira coragem. No semblante de uma mulher em especial, a que mais me auxiliou, eu vi muito mais coragem do que entre todos os oponentes na arena, ela tinha paz e serenidade mesmo com sua cabeça a prêmio.
     A experiência foi tão impactante em minha alma, que mesmo hoje, após diversas encarnações reencarnando como cruzado, templário, nativo norte-americano e por fim soldado da Força Expedicionária Brasileira em minha última passagem pela Terra e quase dois mil anos depois, ainda tenho em meu perispírito o aspecto do gladiador cristão. Daquele que um dia conheceu o Cristo e jamais o esqueceu e que até hoje trabalho e luto como um servidor do verdadeiro Imperador da Terra.

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