Nossos Talentos

Palestra do dia 27/06/2011

Que a paz do senhor esteja em nossos corações!

 

Meus irmãos, não basta que apenas ouçamos as palavras do expositor, não basta qualificá-las como proferidas para nós próprios. É necessário levá-las ao pensamento, depois, se possível, arquivá-las ao coração para que ela passe a fortificar todas as ocasiões. Meus irmãos, nós, e eu me coloco nessa posição, ouvimos nesta casa exortações que nos levam a reflexão de como melhorar a nossa vida, de como planejar um caminho e seguir a diante. Foi-nos legado através do evangelho, parábolas para serem analisadas, que servem de roteiro para o nosso dia a dia. Destaco uma delas, a parábola dos talentos, que grande parte de vocês devem conhecê-la. Quando nós ingressamos ao mundo físico, e nós sabemos por força da doutrina espírita, que não é a primeira experiência, mais sim uma nova vivência, em outras palavras, uma outra reencarnação. Não para sofrermos agressividades agudas da vida, mais para simplesmente para remodelarmos o espírito, para que possamos nos projetar como perfeitos e acabados mais adiante. Na parábola dos talentos, diz que a um foi concebido um talento, a outro três, a outro cinco, e não importa qual seja esse talento, se era algum dom especial, ou alguma prerrogativa, não importa, o que importa é que foi dado a três homens distintos a oportunidade de multiplicar as suas aquisições. Oras, quando nós viemos ao mundo físico através da reencarnação, o primeiro e maior talento que recebemos é o corpo, não importa como ele seja, se é eficiente, deficiente, se os órgãos funcionam em harmonia, não importa nada, é a nossa veste, é o que nos necessitamos, não para sobreviver, mais para levar adiante a nossa jornada espiritual. Muito do que nos acontece na vida física da qual nós lamentamos, são consequência de nossas próprias ações e omissões aqui nesta própria vida. Somos responsáveis por aquilo que fazemos e por aquilo que deixamos de fazer, em todas as ocasiões, em todas as dimensões de vida, tanto no mundo físico quanto no mundo espiritual. E não tenham dúvida nenhuma de que se somos chamados à responsabilidade, não há como fugir, temos que arcar com as consequências. Um dos talentos após este extraordinário, que é o corpo físico, são os olhos. O que você meu irmão, minha irmã, vê com os seus olhos?

As atitudes generosas, o desembaraço profissional, evidentemente dos outros, a atitude de bondade, a beleza oculta, enfim, todas as qualidades e virtudes que às vezes não afloram a aparência, mais nós enxergamos com o olho físico e o olho da alma, mais que são inerentes a cada um. Ou você só vê defeitos, só enxerga nas pessoas as atitudes que estão longe de serem espiritualizadas e educadas. Você enxerga o mundo e as pessoas como erradas, você acha que não tem salvação pelo o que você vê, você acha que tudo o que os seus olhos divisão, ou boa parte, ou a maior parte, está errado?

Outro talento, os ouvidos. O que você ouve?

Por força das circunstâncias nós temos que ouvir de tudo, principalmente se estamos perto. Mais o que é arquivado em sua mente?

As palavras negativas, ou as positivas?

As palavras que rebaixam ou as palavras que elevam?

Outro talento, a voz. As suas palavras têm socorrido alguém ou as tem diminuído?

Tem elogiado, ou tem criticado?

Nós não estamos na condição de juizes, evidentemente muito longe de executores. Mais pense meu irmão, minha irmã, se as suas atitudes, se as suas palavras, se o seu olhar, se os seus ouvidos estão procurando encontrar sempre o melhor, ou se você faz questão de navegar em uma maré mais baixa.

Um outro talento, os sentimentos. Aonde levam você, os seus sentimentos?

A infelicidade, tristeza, mágoa ou aborrecimento, a depressão, ou os seus sentimentos estão tornando você uma pessoa mais afável, uma pessoa agradável, enfim com alguém com quem se deseja partilhar os momentos. Não tenham dúvidas meus irmãos, que se nós conversarmos com alguém aqui no sentido horário, ou anti-horário, não escapará ninguém, todos tem um problema, todos tem uma preocupação. E quando temos problemas e preocupações o melhor encaminhamento é aprendermos administrá-los e é isto que estas preleções da casa nos induzem. Ninguém forçou nenhum de vocês a situação que se encontram. Algumas movimentadas pelo livre arbítrio, outras pela vontade que é soberana, e outras por razões circunstanciais mais se você convive com alguém que está passando por uma situação absolutamente desagradável, ajude-o. Procure suprir as suas necessidades, carências, ofereça conselhos e seja constante em todos os momentos. Muito nós sabemos, nesta casa, arrastam problemas que às vezes lhe tiram o sono, que aumentam suas preocupações, mais muitos aqui, principalmente o companheiro ou a companheira imediata tem condições de amenizar esta dor. Procure fazer isso, procure colocar em evidência os seus problemas, sua palavra, seus ouvidos, o seu olhar de bondade, a sua vibração generosa, o seu amor e respeito. Para que pelo menos o mundo de alguém se modifique, para que alguém volte a sorrir, ou tenha condições de resolver os seus próprios problemas. Não deixe a água amornar, pois sob o fogo ela irá ferver. Não deixe para resolver no mundo espiritual o que pode ser resolvido aqui no mundo físico. Se há necessidade de tomar uma atitude, de fazer alguma coisa, o faça conscientemente, mais sobre a voz e o argumento da razão mesclado com a compreensão. Ninguém neste mundo caminha sozinho, ou bem ou mal acompanhado, sempre tem alguém ao lado. E na maioria das vezes somos nós que escolhemos a nossa companhia, que elegemos alguém para seguir conosco, esta escolha foi livre meus irmãos e minhas irmãs. Procure moldar a sua vida e a situação dentro das suas possibilidades espirituais. Espante para longe suas preocupações e se possível daquele que procuram você para falar de suas mágoas, de seus fracassos, de suas perdas, das agressões sofridas, da desesperança, da desilusão, ou do pouco amor que recebe de você, ou ainda da menor compreensão. Procure movimentar os seus talentos, os seus sentimentos, e ajude alguém a sobreviver. O exemplo entregou-se a dor, ao sofrimento, a ingratidão e a morte, e em momento algum se arrependeu de suas palavras, de suas atitudes ou da sua entrega. Pensem bem, meus irmãos e irmãs, perdão sempre, compreensão perpetuamente e amar eternamente. Muitas vezes, a agressividade que sofremos de pessoas próximas retrata muito mais o inconformismo e uma dor profunda, está em nós entendermos isso. Nós que já ouvimos as explanações evangélicas, nós que já manuseamos o evangelho, nós que sabemos que Deus existe lá, aqui e em nosso íntimo, para que um país melhore há necessidade de ter um dirigente enérgico, mais que haja sobre os mecanismos da razão, da dignidade e com amor a pátria. Nosso lar é uma república, nós fazemos dele uma republiqueta, mas se simplesmente não colocarmos na parede, nós termos para conosco que é um lar doce lar, nós estamos contribuindo para que uma célula do país esteja em absoluta harmonia e esteja sendo bem governada. Reclamações irão existir sempre, inconformismos também, pedidos acima dos méritos também, mas como bom administrador dá para dar um pouco a cada um, o suficiente para viverem com dignidade. Façamos do nosso lar um refúgio para todos, um refúgio para nós próprios. Façamos dele o reduto do amor, um templo em cujo altar esteja sincronizado o amor, e o amor só se esvai quando nós permitimos, quando exigimos mais do que amamos, quando não nos conformamos com as suas atitudes, ou com o que recebemos, o amor embora fraqueje, embora esteja cambaleante pode se recuperar, depende de quem ama, mais especificamente, depende de você. Use seus talentos, olhos, boca, ouvidos, coração, alma e mente, a serviço do bem, multiplique-os, desperte sorrisos, esperanças, rejuvenesça ilusões, pinte fantasias, mais em todas as situações ajude alguém a sobreviver e sobreviva.

Que o senhor abençoe a todos nós!

Boa noite!

 

Irmão Rafael