Palestra do dia 25/07/2011
Às vezes nós procuramos um significado para a vida e não encontramos, isso se dá, por que não encontramos nós próprios.
Nós sempre buscamos algo, por que algo nos falta e isso proporciona preocupação, às vezes angustia e um sofrimento que na maioria das vezes é indefinível, principalmente quando nos vemos apartados de pessoas queridas ou que algo ameace essas pessoas queridas, mas como sempre resta ao guerreiro à determinação, nós temos que encarar a vida da maneira mais sóbria possível e com calma também se possível. Se nós pudéssemos ou encontrássemos a lâmpada mágica conforme a história, se nós a esfregássemos e dela saísse um Gênio e fizéssemos não três pedidos, como conta a história, mas um, qual seria o seu pedido?
Gostaria de ter uma vida longa com bastante saúde, dinheiro, amor e felicidade?
E o Gênio iria dizer não, você está solicitando 5 pedidos e eu falei apenas 1.
Pediríamos vida longa?
Mas como nós não sabemos exatamente qual a extensão da nossa vida, pode ser que ela seja longa, estaríamos desperdiçando uma oportunidade de ouro para melhorarmos nossa vida.
Ou uma vida longa só bastaria sem nenhuma realização, sem nenhum aumento em nosso conhecimento, sem nenhuma expansão em nosso sentimento, apenas viver por viver?
Muitos já fazem isso, hoje em dia, não seria razoável! Escolheríamos o que, talvez o mais solicitado, o dinheiro.
Dinheiro traz a felicidade?
Alguns costumam dizes que ela não trás, manda buscar, não sei se isso é válido. Nós conhecemos por reportagens ou convivências que bastante dinheiro muitas vezes trás a tragédia a sua porta.
Há um tempo atrás, logo que abriu a importação para carros, enfim, para tudo, uma senhora deu ao filho que deveria ter 19, 20 anos, uma Mitsubishi Sport, e ficou feliz por que o filho estava radiante com o presente. Num abuso, excesso de velocidade, ele na Av. Bandeirantes entrou num poste e perdeu a vida. A mãe em um determinado momento poderia até se recriminar por isso, evidentemente não haveria razão para isso, ou dizer que preferia ser pobre e continuar com o filho. De mais a mais, um pedaço de goiaba ingerido por alguém que só tem oportunidade muito raramente tem um sabor diferente do que aquele que come todo dia, mesmo por que de posse de uma fortuna, e o dinheiro não seria pouco, nós iríamos sempre solicitar muito, nós não saberíamos o que fazer.
Primeiramente atingiria a nossa mente, ficaríamos desnorteados, mais á frente atingiria nosso coração, os nossos sentimentos, os amigos não mais serviriam talvez o companheiro, companheira também não, e assim por diante. Não conseguiríamos integrar-se ao mundo dos ricos, por que as atitudes, os procedimentos são adquiridos ao longo do tempo, não de uma hora para outra.
Ou então, pediria amor?
Precisamos considerar que amor é convivência e já começa com dois, então não é possível amar verdadeiramente, ou ser amado verdadeiramente se isso não é recíproco. Se nós obtivemos este amor por uma dádiva, esmola ou passe de mágica, amor também é conquista, e nós desenvolvemos nossos sentimentos mais profundos em relação a alguém no decorrer do tempo, nós nos amamos mais quando, enfrentamos todas as dificuldades e saímos delas talvez com alguns arranhões que mais à frente se apresentarão como cicatrizes ou como medalhas de honra ao espírito. Honraria o amor por todo sempre, seria leal e teria lealdade durante todo convívio, se apartado pela morte veneraria a memória, se há união por esse amor fosse pela comunhão de bens, não de males, seriam solidários, seriam presença constante principalmente nos momentos de agonia.
Há 2.000 mil anos nós estivemos por aqui um mensageiro que mencionou o amor, e há 2.000 mil anos estamos, não tentando, mas procurando desenvolver este sentimento de acordo com os ensinamentos e mensagens transmitidas. Nas mais variadas situações nós correspondemos a esses anseios e honrarmos os ensinamentos, algumas vezes saímos machucados, e isso não é somente em um relacionamento a dois, mas também em um relacionamento familiar.
Quantos que nós conhecemos que em uma mesma família não se toleram? Renunciaram não a irmandade, mais a amizade e sabemos que é sofrido para ambas as partes, mas para isso existe uma terapia, chama-se perdão, tanto para conceder ou para solicitar, existem épocas próprias e no calendário judaico existe data especifica pra isso, existe uma época própria para nós nos conciliarmos com os nossos desafetos, é quando se aproxima o Natal, nós estamos com as nossas defesas mais abertas, nos tornamos mais acessíveis, de forma que o perdão se movimente e alguém tome a iniciativa, por que é muito difícil nós vivermos sem esse tipo de amor, por que nos faz falta. Jesus recomendou a um dos que propuseram a acompanhá-lo:
- Volta se acerta com seu inimigo e depois me segue.
Nós ainda temos um privilégio, que nós podemos seguir com Jesus sem termos nos acertados com nossos inimigos, podemos adquirir o conhecimento, talvez a sabedoria para depois exercê-la junto a eles. Não importa a cobrança que nos cabe em relação a isso, não importa a cobrança que nós próprios façamos, importa que esperemos chegar ao momento certo e a nossa alma sabe qual é o momento exato para nós consolidarmos o pedido de perdão ou concedermos, então não cabe haver precipitações, não há que haver no momento restrições, condições, aí verdadeiramente nós estaremos aprendendo a amar, estaremos nos colocando em uma condição de sermos amados, por que nós exercermos a renuncia, o perdão, e tanto a renuncia quanto o perdão andam lado a lado com o amor. O amor é desenvolvido de fora para dentro, nós temos que cativar as outras pessoas também de dentro pra fora, não pelos nossos gestos, posses, palavras, mas pelo nosso teor vibracional, pelo ritmo que dermos ao nosso coração de impregnarmos de ternura e carinho, mas sempre esse amor deverá andar junto com a razão, nós não podemos simplesmente amar e não raciocinar, nós costumamos dizer aqui que o trajeto mais difícil, em questões comportamentais, em questão sentimental, o trajeto mais difícil é exatamente do coração até a mente ou da mente para o coração, da razão ao sentimento, do sentimento a razão. Via de regra quando se ama, sem limites e parâmetros enveredamos pelo caminho da desarmonia, pelo caminho da infelicidade. O amor revive, rejuvenesce, o amor alegra, portanto ele não deve surgir como um passe de mágica, ele deve germinar em nosso íntimo e devemos permitir que germine da pessoa escolhida, de nossos familiares, provaríamos então talvez a felicidade.
Mas, como seríamos felizes?
No evangelho diz que a felicidade não é deste mundo.
Se nós não temos uma vida longa, uma vida de realizações pessoais em todos os campos, se ela é curta, se não possuímos amor, como ser feliz?
Geralmente quem procura a felicidade não tem um roteiro pré determinado, ele não sabe onde buscar ou como buscar e irá primordialmente procurar em lugares que ela não está ou em lugares que ele jamais poderá estar.
Só é infeliz aquele que a reconhece dentro de si, aquele que autentica a infelicidade no seu espírito, mente, no seu todo, que a aceita e não luta para refazer os momentos que pode lhe trazer pelo menos algum tom, nuance de alegria. A depressão começa muitas vezes com o arrependimento, não via de regra mas às vezes pelo arrependimento. Com o arrependimento nós vamos ao remorso, com o remorso a depressão, e muitas vezes, com a depressão ao suicídio. Nós temos que lutar, não para procurar a felicidade nas vitrines, nas mansões, de forma alguma, nós temos que procurar lutar para não sermos infelizes, nós temos que separarmos das situações ruins que acontecem conosco a parte boa, nós temos que reconhecer, pois sempre existe.
Há um ditado popular que diz: - Há males que vem para o bem!
E isto é certo, não tenham dúvida, pois tudo que acontece conosco há a sua parte boa. Nós não sabemos separar, só vemos o lado ruim, triste, que nos magoa, por que aquilo nos fere de uma forma direta. Nós não deixamos que o coração caminhe até a mente, até a razão e descubra que existe um motivo, pois se Deus é misericordioso, se acontece isso é sobre seu aval, talvez sob a sua determinação e nós como filhos responsáveis temos que nos vergar a essa determinação, por que a prece diz:
- Seja feita a tua vontade!
Ou seja, a vontade do Pai em detrimento a nós, a nossa não prevalece em momento algum, a não ser quando nós estamos praticando um ato de nobreza, onde nossas atitudes sejam dignas, onde normalmente nós nos comportamos como seres perfeitos e acabados na formação divina e espiritual.
Outros buscam, ou iriam pedir para o Gênio a saúde, que vejo como um pedido saudável, sem trocadilho, pois só quem está doente, só quem enfrenta as dificuldades de um tratamento, só quem em muitas situações foi humilhado, sabe o que é estar doente, ou ter alguém querido doente e não pode fazer absolutamente nada para restaurar a saúde, a única coisa é deixar o movimento da sua ternura, do seu carinho envolver o paciente.
Para caminhar nós precisamos de saúde, força e seria, se não justo, razoável, fazer este pedido. Acredito que dentre os outros que foram colocados, este seria atendido com uma satisfação maior, por que na recomendação evangélica, na sentença divina, Jesus diz:
- Os sãos não precisam de médicos, são os enfermos da alma, do corpo, os covalentes, os que não tem mais ilusões, os que não conseguem construir fantasias, nem mesmo esboçar sonhos, esses são os que precisam de médicos.
São aqueles que na históriazinha Jesus carregou no colo e deixou marcas na areia.
Voltamos à vida longa, a vida é o maior patrimônio que nós recebemos, é graças a este corpo físico, não importa a sua apresentação, que nosso espírito está em desenvolvimento, nossos sentimentos estão sendo refinados, nossos conhecimentos, nosso intelecto está se desenvolvendo, graças a esta veste, no entanto muitos deixam que esta veste se amarrote, muitos em uma frase bem popular matam o tempo, ou seja, matam a vida aos poucos, destroem o corpo físico através de viciações desde o cigarro, bebidas ou drogas pesadas, nos afeta por que é alguém na flor juventude, com recurso extraordinário, com um dom que recebeu que muitos desejariam ter, que poderia levar boa parte da juventude a enveredar por outros caminhos, poderia levar a juventude a encontrar-se a si próprio, no entanto jogou a vida fora.
O cigarro, as drogas, as noites mal dormidas, tudo isso é uma maneira de suicidar-se. Pensemos bem, todos os segundos e minutos que nós desperdiçamos nesta vida, nós seremos chamados à responsabilidade no lado de lá, não vão procurar em nós medalhas, mais em muitos espíritos, em muitas almas serão encontrados cicatrizes, cicatrizes que ficaram, pois conseguiram sobrepor a todas as agressões e agressividades, conseguiram viver em um mundo conturbado, num ambiente pernicioso e mesmo assim deram mostra do seu valor e determinação, é o que devemos fazer, ninguém vai nos paparicar, nos carregar no colo, nós somos responsáveis por nós próprios, nenhum Gênio saído de uma lâmpada vai se postar em nossa frente e dizer:
- Eu te realizo um desejo, eu lhe dou o direito de solicitar 1, 3, 4, 5 desejos.
Quanto mais nós solicitarmos, mais infelizes nós seremos, por que não foi conquista nossa, não houve a nossa luta, conquista e determinação, simplesmente fomos agraciados. E se fizéssemos isso agora, nós teríamos que voltar em uma próxima ocasião, em uma próxima vida para vivermos exatamente o que necessitamos, então, deixemos o Gênio para a história, e se deve existir algum Gênio em nossas vidas, sejamos nós próprios.
Nós temos capacidade de realizações, nós temos condições de fazer milagres, acreditem, não são só os Santos, nós podemos fazer um milagre da nossa determinação, da conscientização das nossas necessidades e encontrar em nós próprios os recursos para suprirmos, não adianta reclamarmos que nos falta isso ou aquilo, que desejaríamos ter aquilo ou algo mais. Não. Os nossos sonhos têm que ser também de acordo com as nossas capacidades de realizá-los. Não adianta sonharmos muito alto, nós iremos nos decepcionar, nunca conseguiremos, mas é livre sonhar, e nós perdemos uma característica quando deixamos de sonhar, por que deixando de sonhar, nós deixamos de realizar e deixando de realizar, nós deixamos de conquistar e deixando de conquistar nós estamos pregados no mesmo lugar.
Nós temos que ser generosos, existe o bom, mais quando ele atinge um estágio mais alto ele deixa de ser bom e passa a ser bondoso. Nós temos que ser generosos em todos os momentos, não é fazendo caridade, dando alguma coisa. Não. Diuturnamente generosos, dentro de casa, no trabalho, onde a lei de convivência, humanidade e educação exijam que nós ajamos desta forma e quando nós ultrapassamos a educação nós estamos sendo generosos, quando nós fazemos algo mais que nossa obrigação nós estamos sendo generosos, nós estamos correspondendo aos anseios e desejos de nossos mentores, pois eles sempre esperam o nosso melhor em todas as situações. Não vamos deixar mais à frente para sermos generosos, para sermos amigos de nossos amigos, irmãos de nossos irmãos, filhos de nossos pais, pais para os nossos filhos, enfim, para agirmos já dando a eles exatamente, mesmo que seja em doses homeopáticas, dar o que eles necessitam agora, distribuir as benesses durante toda a vida, não só para os filhos, para outros necessitados também.
A vida é generosa para conosco em todos os momentos. Nós nascemos em um país generoso, onde não falta solidariedade, amor, religião, então por isso já somos privilegiados.
Um fazendeiro que foi queixar-se ao vigário da paróquia, muito rico por sinal o fazendeiro, que todo mundo falava que ele não ajudava ninguém, mesmo sendo muito rico, que não ajudava a igreja, que não fazia coisa alguma, e falou ao padre:
- O senhor sabe que não tenho filhos, herdeiros e que minha fortuna irei deixar à igreja e aos seus padres.
O padre disse:
- Não, eu sei disso, mais me permita lhe contar uma história:
O porco foi reclamar com a vaca, por que todos tratavam a vaca com certo respeito, mesmo afagando-a, e ele simplesmente era mal tratado. E diz:
- De mim, quando morro eles aproveitam, a carne, a banha, pele e até mesmo os pelos são aproveitados para fazer pincel. E de você, o que aproveitam? Perguntou à vaca.
- Realmente eu não contribuo com tudo, mas...
- O que você contribui é dar apenas um pouco de leite por dia.
- Exatamente, dou um pouco de leite por dia enquanto você só será útil quando morrer!
Gérson Gomide
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